Pandemia
Hospital de campanha no Estádio Presidente Vargas estará pronto até 20 de abril, promete RC
Por Pompeu - Última Atualização 31 de março de 2020
Durante Live em suas redes sociais, o prefeito Roberto Cláudio afirmou que o trabalho de montagem de um hospital de campanha emergencial, iniciado na última segunda-feira, 23, estará pronto até o dia 20 de abril, período de expectativa de pico da crise deflagrada pela pandemia do novo coronavírus em Fortaleza.
Diante do claro cenário emergencial sem precedentes na capital, a prefeitura analisou diversas opções e decidiu pela montagem de uma estrutura no estádio do Benfica para o tratamento de pacientes sintomáticos contaminados com a Covid-19. Com 10% da estrutura pronta, os trabalhos serão intensificados ao longo desta semana, com cerca de 50 pessoas atuando diariamente até a meia-noite. O motivo? Garantir a entrega do equipamento até o dia 20 de abril.
Na primeira semana, as obras foram focadas na parte de infraestrutura, hidráulica e elétrica. De acordo com a Prefeitura de Fortaleza, a logística de aquisição, recebimento e entrega de insumos e materiais, assim como Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), camas e respiradores, será “gradativamente efetivada ao longo do mês de abril”. A estrutura hospitalar temporária contará, inicialmente, com 204 leitos, podendo esta capacidade ser ampliada para até 306, conforme a necessidade de demanda para atender pacientes infectados com o novo coronavírus.
“Inicialmente, o hospital de campanha vai atender apenas pacientes no perfil de enfermaria. Internações com necessida- de de ventilação mecânica e de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) serão direcionadas para o Instituto Dr. José Frota (IJF), onde atualmente já há 10 leitos com aparelhos de respiradores artificiais”, destaca a Prefeitura, em nota. A gestão municipal também garante que, até o fim de maio, o IJF contará com 175 leitos de UTI só para pacientes diagnosticados com Covid-19. Boa parte virá da estrutura do IJF 2.
O hospital no estádio Presidente Vargas também contará com farmácia, espaço administrativo, climatização, base de concreto, estrutura metálica e lonas com divisórias para acomodar os pacientes em isolamento. Além disso, os leitos destinados ao atendimento possuem estrutura para serem utilizados como UTI, mas somente se for necessário, segundo a Prefeitura.
Quanto aos questionamentos sobre a escolha do PV. Em conversa durante reunião com representante do Ministério Público, representantes da prefeitura expuseram os motivos, conforme justificativas abaixo:
– Construir no PV é melhor do que montar uma estrutura no Centro de Eventos ou no CFO, especialmente porque teriam que fazer reforma, quebrar estruturas para colocar tubulações especiais de hospitais. No PV as tubulações serão feitas no campo e já com a estrutura adequada. É preciso também a utilização de um lugar que não fosse totalmente fechado e com um sistema de refrigeração para que haja renovação do ar; para além disso, a estrutura do PV não permite invasões.
– Sobre não aproveitar leitos vagos em hospitais privados as explicações são as seguintes: pelas inspeções feitas em tais hospitais, seriam gastos valores relevantes para recuperar estruturas que não estão ideais e há um grande problema: os leitos seriam pulverizados, o que dificultaria o controle e a eficiência. A alegação é de que em um único lugar, aproveita-se toda estrutura de rouparia, alimentação e toda a logística possível. Assim, alega a prefeitura, é preferível ter uma lugar exclusivo para a Covid-19 c do que os mesmos 300 leitos espalhados em várias unidades.
– Em relação ao custo físico da obra, estimativa é de R$ 5 milhões. O restante do investimento será em serviço médico, profissionais, máquinas, equipamentos, móveis, alimentação e estrutura que seriam gastos em qualquer lugar. O período de ocupação previsto inicialmente é de seis meses, podendo ser reduzido ou ampliado com facilidade.
É importante destacar que os Ministérios Públicos Estadual (MPCE) e Federal (MPF) requisitaram, nesta sexta-feira (27), que a Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS) apresente, em até 10 dias, uma série de documentos e informações acerca da instalação de um hospital de campanha no Estádio Presidente Vargas, justamente comprovando as alegações.
Foram solicitados também o projeto do hospital; estudo de viabilidade e do perfil assistencial; documento de anuência da autoridade sanitária do Estado; se há garantia de mão de obra especializada para implantação dos leitos; aquisição de EPIs; e quando será feita a entrega de camas, respiradores e demais equipamentos.